Eu não quero ser a loucura na sua vida
Eu não quero ser o caos na sua vida. Eu não quero ser “aquela bagunça gostosa” nem “a loucura que você precisa para continuar sã” nem nenhum desses clichês idiotas de adolescentes que acham a loucura glamorosa. Eu não quero bagunçar nada, nem desorganizar nem “te trazer para a minha loucura”. Meu caos, minha loucura, minha bagunça, eles não são nada glamorosos muito menos algo que se queira compartilhar com alguém. Inclusive eu queria te manter bem longe deles.
Sabe o que eu quero? Eu quero ser o colo que vai fazer você esquecer por alguns minutos o seu dia péssimo no trabalho. Eu quero ser o cafuné que vai fazer você se sentir até culpada por conseguir esquecer o mundo maluco lá fora enquanto os seus cabelos estiverem entre meus dedos. Eu quero ser seu alento, seu bálsamo, eu quero ser para você a calmaria que eu não sou para mim. Eu quero te dar o porto seguro que eu mesmo não tenho pra mim. Eu quero ser o silêncio de cumplicidade quando você só precisar reclamar mesmo, sem pedir conselho nem dica.
Eu quero ser a razão do seu sorriso no táxi voltando pra casa cansada do trabalho, e não a sua fonte de preocupação. Eu quero ser o “ah, hoje vamos nos ver, pelo menos isso!”, e não o “merda, hoje tenho que ver ele!”. Eu quero ser o “ah!” e não o “mas...”. Não quero ser motivo de preocupação ou apreensão, quero ser a folga revigorante na sua agenda apertada. Dos seus problemas eu não quero ser a solução mágica, a tentativa de solução permanente, quero ser só a sua ilha de paz e carinho no meio de todos eles. Quero ser o “ah, mas que bom que tem ele” no meio de uma reunião chata ou de um problema sério. Mas não “que bom que tem ele para resolver” nada, mas um “que bom que tem ele só para me dar colo e carinho”. Eu não prometo resolver nenhum problema da sua vida, nem torna-la mais emocionante muito menos “virar a sua vida de cabeça para baixo”. Eu só quero estar lá, estar por perto.
Nada dessas frases feitas de escritores de redes sociais sobre “os loucos” ou sobre “bagunçar a vida de alguém”. Na sua vida eu quero bater na porta, tirar os sapatos, entrar sem fazer barulho e ficar lá. Sem bagunça, sem loucura, sem caos, sem confusão, sem nada disso. Só estar lá, te admirando, orgulhoso, enquanto você lida com todos os problemas sozinha, sem precisar de ninguém e ainda sem borrar a maquiagem cheia de brilhos. Não se muda quem a gente admira. Não se muda aquilo que a gente admira. E eu admiro demais a sua sensatez, a sua segurança, a sua independência. Quem ia ser idiota de querer levar caos e loucura para uma pessoa como você? Não, eu passo. Pra você eu só quero levar colo, flores, beijos, abraços e conforto. Para o que der e vier. Deixa?